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A pandemia de COVID-19 trouxe diversos desafios para o setor saúde. Além da assistência e atenção aos enfermos, a COVID-19 apresentou consequências graves e persistentes a longo prazo nos pacientes atingidos por essa doença, consequências essas denominadas COVID longa. Diante deste fato, o COSEMS/SP, em parceria com HC-FMUSP, elaborou um projeto de apoio à Rede Básica de Saúde para o cuidado a pacientes com sintomas prolongados e sequelas motora e respiratória decorrentes da COVID-19. As informações do projeto estão contidas em uma nova área no site do COSEMS/SP: https://www.cosemssp.org.br/projeto-pos-covid.
Na área COVID longa estão disponíveis protocolos de triagem, acesso a web-conferências e vídeo aulas de capacitação em EAD, de forma assíncrona, contendo quatro vídeo aulas com professores do HC-FMUSP, que abordam questões relativas às sequelas respiratórias, motoras e de saúde mental.
De acordo com Igor Longobardi Amin, profissional de educação física, pesquisador da Faculdade de Medicina da USP e membro pesquisador do laboratório de avaliação e condicionamento em reumatologia, do Hospital das Clínicas da USP, existem muitas sequelas neuro-musculo-esquelética, principalmente relacionado à fadiga, a mialgia e a fraqueza muscular, doenças cardiovasculares, metabólicas, além de afetar à saúde mental, como a depressão e comprometimento cognitivo desses pacientes.
“O número de pacientes com COVID longa vem aumentando nos últimos tempos. No final do ano passado passamos por uma nova onda que, com certeza, culminará em um aumento de pacientes. É uma doença multissistêmica, que afeta todos os órgãos e de diversas formas e é importante reconhecermos os efeitos da doença e podermos tratar”, explicou o pesquisador.
Elaine Giannotti, assessora técnica do COSEMS/SP relata que há mais de 32 mil artigos publicados nessa curva de aprendizagem. “Ainda não está estabelecido que sexo, gênero, idade, etnia, condições de saúde subjacentes, carga viral ou progressão de COVID-19 afetam significativamente o risco de desenvolver efeitos de longo prazo da doença, mas essas sequelas tornam-se cada vez mais reconhecidas e são motivo de crescente preocupação por parte dos gestores municipais de saúde”.
36º Congresso do COSEMS/SP
O curso de COVID longa foi novidade durante o 36º Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, realizado entre os dias 15 e 17 de março, em São Pedro. No decorrer do curso, gestores, pesquisadores e profissionais da Saúde debateram o tema e trocaram experiências que possam ser implementadas nos municípios paulistas.
“Estamos fechados em centro grande, o HC, onde temos estrutura e condição de diversas ações. Aqui no curso percebi a vontade das pessoas e trouxe ações para serem aplicadas nos atendimentos dentro de sua realidade local, com métodos rápidos, custo efetivos, fáceis de serem aplicados, que tenham eficiência. A resposta que obtive no curso foi espetacular. Métodos simples e de troca de conhecimentos que podem ser implantados em diversos locais do estado”, destacou Celso Carvalho, fisioterapeuta e profissional de educação física, professor da Faculdade de Medicina da USP.
Carvalho relatou que, por meio do encontro, pôde avaliar como está estruturado o sistema nas variadas Unidades Básicas de Saúde, pois estando em um centro especializado (HC) não tem convívio com o que acontece na ponta dos municípios. “Fiquei impressionado e parece, para mim, que depende mais das pessoas do que do sistema em si. São os profissionais da Saúde na ponta que carregam no sangue a vontade de fazer. A facilidade de interação entre os participantes e o aprendizado que tivemos aqui foi fenomenal”, revelou.
Para a enfermeira da Estratégia Saúde da Família de Santo Antônio do Pinhal, no interior paulista, Aline Marques, o curso é importante para se ter um norte a ser seguido, pois a realidade de cada município é diferente. “Trocamos experiências, agregamos mais conhecimento e implementamos em nosso município algumas ideias para qualificar o atendimento aos pacientes”, disse.
Segundo a enfermeira, em Santo Antônio do Pinhal foram apresentadas, entre as principais sequelas, fadiga, perda motora, perda de força e esquecimento. “Fizemos um levantamento dos pacientes que ficaram internados graves durante a pandemia. Foi aplicado um questionário com pontuação dependendo das respostas, depois o paciente é encaminhado ao atendimento médico com possibilidade de realização de mais exames. Após esta etapa, o paciente inicia a reabilitação. Em nosso município este processo de reabilitação é promovido pela universidade de fisioterapia da cidade”.