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18 de outubro. Dia do Médico, por Geraldo Reple Sobrinho – presidente do COSEMS/SP e secretário municipal de Saúde de São Bernardo do Campo
Profissional de saúde dedicado, estudioso constante, considerado um herói em muitas ocasiões. Profissional multitarefa, que consegue conciliar diversas atribuições que vão além do cuidado ao paciente. No dia de hoje muitas reflexões podem ser feitas, diante do cenário tão adverso que experimentamos com a pandemia, diante do desconhecido e dos problemas vividos na saúde pública.
Primeiro, fica o sincero agradecimento pela dedicação de cada profissional que enfrentou com coragem e até mesmo com a própria vida o desafio de vencer o coronavírus. Foram muitas perdas e muitas famílias manterão na memória a saudade pelo ente que se foi.
Não posso deixar de exaltar o Sistema Único de Saúde – SUS, alvo de tantas críticas e tão desgastado, mas primordial para o enfrentamento da pandemia. Nele, a dedicação do médico que não poupou esforços para salvar vidas, mesmo diante das inúmeras limitações, sejam elas estruturais, de insumos ou de capital humano, fez a diferença do cuidado e devolveu à sociedade um número tão expressivo de pacientes recuperados.
E assim seguimos nestes quase dois anos de enfrentamento ao coronavírus. E sabemos que haverá desafio maior pós pandemia, com a realidade batendo à porta: recursos limitados e repasses defasados em comparação aos custos reais dos procedimentos e uma população ávida pela retomada de todos os tratamentos e acompanhamento que foram paralisados durante a pandemia.
Dentro de toda esta realidade, existem duas vertentes de atuação do médico. Temos o médico na linha de frente do cuidado e temos o médico como gestor, responsável por movimentar toda a engrenagem do sistema de saúde e dele extrair os melhores resultados.
Como Médico, ao longo dos 40 anos de formado, vejo os avanços da ciência e da tecnologia como grandes aliados à medicina. É evidente que a modernização dos processos de trabalho oferece maior segurança para a precisão do diagnóstico e otimizam a assistência ao paciente. Um verdadeiro bombardeio de novas técnicas e drogas que surgem com tamanha velocidade que às vezes se torna difícil de assimilar.
Como Gestor, o olhar e preocupação é em fazer o sistema público de saúde se adaptar às novas tecnologias dentro de um financiamento limitado e escasso que compreende o SUS.
E é justamente com este misto de saberes que a responsabilidade do médico na sua atuação se amplia, de um lado respeitando a ciência com seus valores e princípios e de outro lado lutando pelo crescimento e aprimoramento dos sistemas de saúde. Aqui entra o papel dos Consórcios Intermunicipais, dos COSEMS – Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde e dos Grupos Técnicos como fundamental para manter ativa a discussão dos principais temas relacionados à saúde e seu futuro, aliando o interesse do gestor e do profissional com a busca pela excelência, fortalecendo a mola que continua impulsionando o SUS nessa jornada que perdurará por muitos anos.
Assim, àqueles que não estão mais conosco, fica o pesar e um agradecimento especial aos seus familiares, com a certeza de que todos foram fiéis e cumpriram, na sua jornada, ao Juramento de Hipócrates, em especial: “…conservarei imaculada a minha vida e minha arte…”
E neste dia tão especial, mais uma vez parabenizo todos os médicos, com profunda gratidão e reconhecimento pela brilhante atuação em cada esfera da assistência e convido para uma interessante reflexão: o que ficou de lição diante de tantos desafios vividos? teremos o SUS que queremos?