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Por: Brigina Kemp e Lidia Tobias, assessoras técnicas do COSEMS/SP
As arboviroses são desafios para os gestores municipais, na prevenção, controle e oferta de cuidados aos que adoecem. Novas situações surpreendem a cada ano: dimensão das epidemias, introdução de novos vírus ou sua expansão. Assim foi a emergência do Zika Vírus em 2015 e recentemente, a febre amarela (FA). Diferença na prevenção destas arboviroses é que somente para FA há vacina disponível no Programa Nacional de Imunização (PNI). É uma vacina com alta eficácia e a vacinação medida fundamental na interrupção da transmissão.
Contudo, não se pode contar com imunidade de grupo para proteger os não vacinados, dado suas características de transmissão; assim, um desafio para as equipes é transpor barreiras e propiciar acesso à vacinação a todas as pessoas que residem ou circulam onde a vacinação está indicada.
As modificações no esquema vacinal, as diversas estratégias para controlar os surtos epidêmicos (dose padrão ou fracionada), óbitos divulgados pela mídia atribuídos à vacina, certamente confundiram a população e trouxeram receio em aceitar a vacina. Neste sentido, enfrentar estas situações exige empenho e criatividade para deixar a população segura diante de indicações das autoridades sanitárias.
Para a dengue existe vacina com registro aprovado pela ANVISA para comercialização (Dengvaxia® – Sanofi-Aventis). Segundo informações da ANVISA (em 08/2018) a Dengvaxia® está recomendada somente para indivíduos que já tiveram dengue, ou seja, soropositivos para doença, aspecto que dificulta seu amplo uso em saúde pública no momento.
Outras vacinas contra dengue estão em desenvolvimento e em diferentes fases de estudo clínico.. Em Nota Informativa N° 232/2018 o PNI não recomenda por ora a implantação da vacina Dengvaxia® no Calendário Nacional de Vacinação, nem nos calendários regionais adotados pelos demais entes federativos do país, e que diante da produção e licenciamento de outras vacinas contra dengue no pais sua introdução no calendário será estudada com prioridade.
Vacinas contra Zika (cerca de 45) estão em desenvolvimento, também em Institutos de pesquisa públicos brasileiros. Os ensaios clínicos de algumas se encontram em fase 2. Para Chikungunya, cerca de 15 vacinas candidatas, a maioria em desenvolvimento clínico e pré-clínico e duas em fase I.
Diante disto, é evidente a importância das outras estratégias, calcadas nas ações de vigilância epidemiológica e no controle do vetor. Da mesma forma, é fundamental a integração da vigilância com a assistência, assim como o apoio (técnico e financeiro) estadual e federal, para que os municípios possam assumir o desafio do controle das arboviroses em seus territórios.