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O segundo dia do 36º Congresso do COSEMS/SP foi encerrado com chave de ouro. A exclusiva apresentação do documentário ‘Quando Falta o Ar’ emocionou o público e arrancou aplausos de pé de quem atuou a atua no enfrentamento da pandemia até os dias atuais.
As irmãs Ana e Helena Petta participaram da reunião do Conselho de ex-presidentes do COSEMS/SP e puderam dividir suas experiências de gravação como diretoras do documentário com profissionais e gestores da saúde paulistas.
Para Ana, é uma constante troca e descoberta de um universo muito rico. “Não sou da área da Saúde e nunca sabemos como as pessoas irão reagir ao trabalho. Mas o retorno que obtive dos profissionais da saúde de estudantes de medicina, foi sensacional. É uma descoberta muito profunda para mim, quando acompanhei um barco chegando a uma comunidade, o cuidado com as pessoas de extrema fragilidade, me fez admirar muito esse trabalho. Somos sobreviventes dessa tragédia. Vamos narrar todas essas histórias a várias gerações. A construção dessa memória é permanente e necessária”, disse.
Já Helena relatou ser o momento oportuno para contar essa história, por ser o primeiro congresso presencial. “É um filme que tem uma narrativa e todos que estão aqui passaram juntos por isso. Todos temos uma história para contar. Temos aqui referências do SUS. O documentário vem de uma sensação de impotência de todos. Uma situação difícil. Iniciamos a produção de forma remota, em conversas via Skype e outras redes. Passamos a encontrar grandes histórias e achamos que deveríamos registrar essas histórias. Mostrar o trabalho na ponta do sistema, de mulheres no enfrentamento da pandemia. Mostrar imagens do que estava acontecendo, um registro de memórias do que aconteceu”, explicou.
Dos ex-presidentes do COSEMS/SP, o encontro contou com Arthur Chioro, Aparecida Pimenta, Jorge Harada e Maria do Carmo Carpintero, e foi mediado pela assessora técnica, Claudia Meirelles.
Chioro resumiu sua fala lendo um trecho de artigo escrito à Carta Capital e parabenizou o documentário e destacou o impacto que foi assistir pela primeira vez. Acesse o arquivo abaixo.
Segundo Aparecida Pimenta, temos que aprender com tudo isso que aconteceu, os quase 700 mil mortos. “Não podemos esquecer. Se não fosse pelos profissionais do SUS a situação teria sido muito pior”, ressaltou.
De acordo com Maria do Carmo, ver e rever essas histórias é muito dolorido. “Fiquei sem palavras. Durante a pandemia me senti impotente por não estar mais na linha de frente, na gestão. Consegui ajudar as pessoas me colocando à disposição por telefone, orientando as pessoas”.
Harada, professor do curso de medicina da UNIFESP, comentou que costuma apresentar os vídeos da série Unidade Básica de Saúde, dirigido por Helena Petta, com a irmã Ana sendo destaque representando uma médica, aos estudantes de medicina, para que sintam a realidade do trabalho médico na ponta do sistema. “A pandemia nos mostrou o que temos de qualidade e os desafios e necessidades do sistema de saúde, além do total negacionismo do ex-governo federal durante todo o processo. É o registro de um momento triste da história. É o exercício de cidadania e de defesa da democracia”, completou.
O documentário chega aos cinemas nas próximas semanas e foi autorizado sua exibição de forma excepcional no 36º Congresso do COSEMS/SP.