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O município de Araçatuba, no interior paulista, inovou no combate à Sífilis ao implementar o Sistema de Atenção e Vigilância em Saúde (SALUS), oferecido pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN), de forma gratuita. Com capacitação dos profissionais de Saúde desde setembro deste ano, a proposta da secretaria municipal de Saúde (SMS) é de uso efetivo da ferramenta a partir de 2023, iniciando-se com monitoramento de gestantes com sífilis ainda em janeiro.
O SALUS é uma plataforma digital, a qual auxilia municípios brasileiros na realização do processamento e a curadoria dos dados da base do e-SUS VE, e possibilita consulta de maneira integrada por profissionais da rede pública de saúde sobre informações de pacientes diagnosticados com Sífilis.
A ferramenta utiliza modelo baseado em níveis de atenção, estabelecendo uma ponte de comunicação entre a Atenção Primária e a Vigilância em Saúde. Proporciona acesso a dados de interesse da Atenção Primária que são gerados pela Vigilância, como boletins epidemiológicos 100% configuráveis. Com isso, permite ao gestor público ter uma visão global da situação de saúde do seu estado ou município no tocante à situação epidemiológica.
De acordo com Paula Roberta Pedruci, diretora da Assistência Especializada da SMS Araçatuba, foi feito contato com a equipe do SALUS, para monitoramento para sífilis adquirida, sífilis em gestantes, sífilis congênita e crianças expostas. “Começamos a entender o processo de trabalho deles, que nos mostraram uma proposta inovadora com possibilidade de monitoramento em tempo real dos casos, georreferenciamento e participação de todos os níveis de atenção envolvidos. Também, a inserção de dados, ao que nos apresentaram, dialoga até certo ponto com SINAN, uma vez que é possível arquivar ficha com conteúdo com as mesmas informações, para notificação”, explicou a diretora.
A procura se deu durante uma reunião de equipes do município, juntamente com o GVE e o CRT. Foi abordado a necessidade de complementação do SINAN para essas atividades de monitoramento, especialmente no caso de crianças expostas em que sequer existe notificação. Neste encontro representantes do CRT mencionaram a existência da plataforma, até o momento sem atividade no estado de São Paulo.
Para a secretária de Saúde de Araçatuba e vice-presidente do COSEMS/SP, Carmem Guariente, o que encantou no sistema foi a possibilidade que todos os pontos de atenção da rede, no qual a gestante com sífilis ou criança exposta possa ser atendida, terem acesso às informações em tempo real. Este fato qualifica a comunicação entre os serviços da rede, tendo as informações de toda a jornada terapêutica e acompanhamento do tratamento.
“Ele trabalha como um centro de comunicação, pois integra os serviços de assistência. O sistema é fácil de ser utilizado e possui todo o protocolo preconizado pelo ministério da Saúde. Temos hoje uma grande dificuldade devido à rotatividade de profissionais médicos e enfermeiros. Quando acabamos de treinar um profissional, ele sai. Neste caso, conforme é gerada a informação do paciente dentro do sistema, a própria ferramenta oferece as possibilidades de tratamento dentro do protocolo do MS”, destacou Carmem.
O SALUS gera relatórios e gráficos o que ajuda nas tomadas de decisão da gestão, além de oferecer interoperabilidade com outros sistemas, inclusive com o e-SUS. “O suporte da equipe da Universidade é muito importante. Podemos aperfeiçoar a ferramenta com eles. Possuem o domínio, propriedade e conhecimento sobre as normas e protocolos do MS. É fundamental quando se tem o conhecimento tecnológico aliado ao conhecimento do tema que se está tratando.
Ainda hoje, ressaltou a diretora de Assistência Especializada, a maioria dos municípios trabalham com planilhas de Excel, e-mails, pastas compartilhadas e telefonemas para o monitoramento de gestantes e crianças expostas à sífilis.
Selo
O município de Araçatuba se candidatou ao Selo de eliminação da transmissão vertical da Sífilis. Segundo Carmem, o sistema vai nos ajudar muito. “Estamos com o Selo Bronze, porém, pretendemos manter ou qualificar ainda mais. Nossa aposta é que consigamos garantir em nossa rede de atenção eficiência e efetividade de tal forma que não tenhamos crianças com Sífilis. Toda equipe já realizou o treinamento. Em janeiro teremos dado o próximo passo”.
Acesse a página do SALUS e saiba como atuar com a ferramenta em seu município: https://lais.huol.ufrn.br/projetos/