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Charles Tocantins, vice-presidente do CONASEMS, avalia o congresso do COSEMS/SP e fala sobre as diretrizes para o cenário federal e estadual da Saúde (foto: Mariana Costa – CONASEMS)
Vice-presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e presidente do COSEMS/PA, Charles Tocantins marcou presença no Congresso do COSEMS/SP deste ano. Ele coordenou a 2ª Grande Conversa cujo tema foi discutir as diretrizes dos novos gestores federal e estadual para o Sistema Único de Saúde (SUS). Na entrevista a seguir, realizada pela equipe do Jornal do COSEMS/SP durante o congresso, Charles avalia o nível dos debates do evento, fala sobre as diretrizes para o cenário federal e estadual da Saúde e afirma que o CONASEMS tem o Estado de São Paulo como referência. Confira!
JC – Qual a sua avaliação do Congresso do COSEMS/SP deste ano?
Charles – Minha expectativa foi plenamente correspondida! Foram muitas trocas e escutas das experiências dos secretários, gestores e técnicos. A programação trouxe palestrantes de alto nível em Saúde Pública, que promoveram discussões importantes e necessárias junto aos gestores municipais, que lotaram os auditórios. Posso garantir que o congresso realizado pelo COSEMS/SP dá subsídio para o congresso nacional do CONASEMS e ao mesmo tempo levanta questões que atingem não apenas os municípios paulistas, mas também aponta questões de interesse dos gestores municipais de todo o Brasil. E reencontrar colegas gestores de todo o país só enriqueceu ainda mais o congresso.
JC – Você coordenou a 2ª Grande Conversa do congresso. Qual a sua avaliação?
Charles – O financiamento do SUS norteou nossa conversa. No geral, os representantes dos entes federativos mostraram um compromisso inquebrantável com o SUS e com a saúde da população, concordando que é preciso mais financiamento e destacando possíveis soluções para esse problema. O Governo de São Paulo apontou os investimentos do estado e as parcerias que pretende fazer com os municípios paulistas. Já o Governo Federal reconheceu as falhas que tem o financiamento do SUS e sinalizou a necessidade de rediscutir políticas nacionais de acordo com os aprendizados que tivemos desde a implementação do SUS. Coube aos gestores municipais fazerem suas cobranças ao apontar o quanto atualmente os municípios financiam o SUS além do que determina a Constituição, cobranças essas muitas vezes aplaudidas pelo público durante a conversa. Foi uma conversa importante e muito necessária para todos nós.
JC – Quais diretrizes devem ser protagonistas no cenário federal e estadual da Saúde?
Charles – O congresso do COSEMS/SP apontou uma diretriz essencial quando enfatizou nos debates o fato de que o SUS é um patrimônio nacional com reconhecimento da população por sua importância durante a pandemia. Outra diretriz que considero fundamental é reconhecer que ele é um sistema que demanda mais financiamento. É uma diretriz que temos que conquistar não apenas com as autoridades constituídas e órgãos de representação, mas também com a sociedade brasileira. Outras diretrizes que posso apontar são o trabalho pela regionalização, aumentando a capacidade das nossas regiões para garantir o acesso à população; a formação mais adequada de profissionais de saúde em acordo com as necessidades da população; a necessidade cada vez maior de trabalharmos uma nova política de saúde mental para o Brasil; e aperfeiçoar a Atenção Primária em Saúde com foco na revisão do Previne Brasil.
JC – Como deve ser o diálogo entre CONASEMS e os gestores paulistas?
Charles – O CONASEMS tem o Estado de São Paulo como referência. É um conselho que foi presidido por nomes como Gilson Carvalho, David Capistrano e Arthur Chioro. São nomes líderes em Saúde Pública que ajudaram a criar o SUS e ajudaram na consolidação de políticas públicas importantes. São referência ainda por serem personagens ativos na construção do CONASEMS e no movimento dos secretários municipais de Saúde a nível nacional. Considero que o diálogo entre CONASEMS e COSEMS/SP é de aprendizado constante para o CONASEMS ao levarmos informações nacionais para São Paulo e também por sermos um conselho que leva as reivindicações, discussões e expertises de São Paulo para o país. O congresso permitiu essa integração entre COSEMS/SP e CONASEMS.