O ministério da Saúde divulgou o cronograma, em cinco etapas (confira ao final da matéria) do Programa Nacional de Vacinação 2023. As ações devem começar a partir de 27 de fevereiro, com a vacinação com doses de reforço bivalentes contra a Covid-19 em pessoas com maior risco de desenvolver formas graves da doença, como idosos acima de 60 anos e pessoas com deficiência. A prioridade é aumentar as coberturas vacinais.

Para Brigina Kemp, assessora técnica do COSEMS/SP, trata-se de uma série de ações para recuperação do Programa Nacional de Imunizações e consequentemente das coberturas vacinais que apresentam resultados insuficientes para controle de doenças infecciosas e que são prevenidas por vacinação. O dia 27 de fevereiro será o início de um cronograma que seguirá por outros meses.

“Vejo esta proposta como de suma importância, uma vez que é fundamental recuperar as coberturas vacinais para evitar epidemias e óbitos de doenças que podem ser prevenidas por vacinas e o posicionamento do ministério da Saúde no seu papel na liderança e condução das Imunizações em todo o Brasil”, explicou Brigina.

Segundo publicação do o órgão federal, as etapas e fases foram organizadas de acordo com os estoques existentes, as novas encomendas realizadas e os compromissos de entregas assumidos pelos fabricantes das vacinas.

O cronograma foi pactuado durante várias reuniões, desde o começo do ano, com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), técnicos e especialistas da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (Ctai) e na primeira reunião de 2023 da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), e pode ser alterado, adiantado ou sobreposto, caso o cenário de entregas seja modificado ou tão logo novos laboratórios tenham suas solicitações aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Febre amarela no estado de São Paulo

Brigina ressaltou que a Febre Amarela é uma doença grave e o estado de São Paulo já viveu recentemente uma importante epidemia, nos anos de 2017 e 2018. Aliado às coberturas vacinais da vacina contra Febre Amarela que, assim como outras vacinas, apresenta baixas coberturas vacinais (verificar no quadro abaixo. Divulgação – ministério da Saúde).

O estado de São Paulo identificou, recentemente, um caso de Febre Amarela, que ocorreu em uma pessoa não vacinada. “Importante destacar que o caso diagnosticado aqui no estado de SP é de Febre Amarela silvestre, e o grande temor é acontecer casos e febre amarela urbana. É neste contexto que vemos este caso com preocupação. O COSEMS/SP divulgou alerta do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de SP com orientações aos municípios para investigação de notificação de casos humanos suspeitos da doença, de casos em primatas não humanos, e intensificação da vacinação”, disse a assessora técnica, que faz parte do grupo bipartite de Vigilância em Saúde.

Alerta Epidemiológico – Número 02/2023 : Intensificação das Ações de Vacinação contra Febre Amarela. Sugerimos ampla divulgação para todas as equipes de saúde do município. O mesmo pode ser acessado pelo link: alertaepidemiolougicofa-cve_estadodesaaopaulo.pdf (saude.sp.gov.br)

Este alerta anuncia um caso confirmado de febre amarela silvestre, em paciente de 73 anos, não vacinado, ocorrido na cidade de Vargem Grande do Sul, CIR Mantiqueira. Importante atentar às orientações de vigilância epidemiológica de casos em humanos e primatas não humanos e intensificação das ações de vacinação.

É fundamental que todos os municípios estejam atentos às orientações para desenvolver as etapas propostas pelo ministério da saúde. É relevante ressaltar que os municípios paulistas vêm desenvolvendo uma série de ações para melhoria dos indicadores de cobertura vacinal.

Ainda de acordo com Brigina, o papel dos municípios é essencial para que isto ocorra, no entanto, é necessário um esforço conjunto dos três entes federados e de toda a sociedade para alterar este cenário de baixa adesão da população à vacinação. Espera-se que com o ministério da Saúde dando prioridade à esta pauta das imunizações, consigamos sucesso em alcançar as metas adequadas.

Cronograma de cinco etapas

Veja o cronograma de cinco etapas:

Etapa 1 – a partir de fevereiro

Vacinação contra Covid-19 (reforço com a vacina bivalente)

(estimativa populacional: 52 milhões)

Público-alvo: pessoas com maior risco de formas graves de Covid-19;

• Pessoas com mais de 60 anos;
• Gestantes e puérperas;
• Pacientes imunocomprometidos;
• Pessoas com deficiência;
• Pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência (ILP);
• Povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas;
• Trabalhadores e trabalhadoras da saúde.

Etapa 2 – a partir de março

Intensificação da vacinação contra Covid-19

Público alvo:

• Toda a população com mais de 12 anos.

Etapa 3 – a partir de março

Intensificação da vacinação de Covid-19 entre crianças e adolescentes

Público alvo:

• Crianças de 6 meses a 17 anos.

Estratégias e ações:

• Mobilizar a comunidade escolar, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio com duas semanas de atividades de mobilização e orientação; comunicar estudantes, pais e responsáveis sobre a necessidade de levar a Caderneta de Vacinação para avaliação;

Etapa 4 – a partir de abril

Vacinação de Influenza

Público-alvo:

• Pessoas com mais de 60 anos;
• Adolescentes em medidas socioeducativas;
• Caminhoneiros e caminhoneiras;
• Crianças de 6 meses a 4 anos;
• Forças Armadas;
• Forças de Segurança e Salvamento;
• Gestantes e puérperas;
• Pessoas com deficiência;
• Pessoas com comorbidades;
• População privada de liberdade;
• Povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas;
• Professoras e professores;
• Profissionais de transporte coletivo;
• Profissionais portuários;
• Profissionais do Sistema de Privação de Liberdade;
• Trabalhadoras e trabalhadores da saúde.

Etapa 5 – a partir de maio

Multivacinação de poliomielite e sarampo nas escolas

Estratégias e ações:

• Mobilizar a comunidade escolar, com duas semanas de atividades de mobilização e orientação; reduzir bolsões de não vacinados; comunicar estudantes, pais e responsáveis sobre a necessidade de levar a Caderneta de Vacinação para avaliação;