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O grupo estadual da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), composto entre COSEMS/SP e o Departamento de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES/SP), promoveu a web Novas abordagens em Saúde Mental – Grupos de Ajuda Mútua. Participaram do encontro Luciana Surjus, Docente UNIFESP Baixada Santista, do Departamento de Políticas Públicas e Saúde Coletiva, Clarissa Corradi, Webster do Laboratório de Estudos e Pesquisas Psicanalíticas e Educacionais sobre a Infância, da USP, com moderação de Ermínia Cilicerti, assessora técnica do COSEMS/SP e Alina Zoqui, do Depto. Saúde Mental da SES/SP.
Luciana explicou como surgiu a Gestão Autônoma da Medicação (GAM), uma estratégia de cuidados que veio do Canadá, através de experiências de próprios usuários com psicotrópicos. “Faz com as pessoas tomem as rédeas das próprias vidas, tomando suas próprias decisões ao tratamento e uso de medicamentos, com acompanhamento e diálogo com um profissional”
A experiência da GAM no Canadá foi introduzida ao Brasil dentro de um novo contexto, com as especificidades dos usuários brasileiros. “São práticas emancipatórias. Não se trata de demonizar medicamentos, mas entender as necessidades humanas que possuem valor de uso. É um movimento da Reforma, construído de forma conjunta entre usuários, famílias e trabalhadores. Transição do paradigma psiquiátrico para o paradigma psicossocial”, disse Luciana.
Em seguida, Clarissa Corradi trouxe a experiência real de pessoas que ouvem vozes, de mensagens muitas vezes perturbadoras, que incomodam os indivíduos. “Não sabemos lidar de uma outra forma a não ser encaminhar as pessoas para o psiquiatra para tratamentos medicamentosos”, relatou. Segundo Clarissa, de todas essas pessoas em atendimento, cerca de 40% continuam ouvindo vozes, mesmo com a troca de medicações. “Precisamos ouvir mais, criar alternativas. É angustiante para as pessoas e trabalhadores.
Ainda de acordo com Clarissa, iniciou-se na década de 80 o movimento de Ouvidores de Vozes, na Holanda. Atualmente, o Brasil, no sul global, vem liderando os serviços de Ouvidores de Vozes, tanto nos serviços de Saúde Mental, como fora da rede.
São espaços de acolhimento, troca de experiências e apoio emocional. Promovem a solidariedade, autonomia e participação ativa das pessoas com transtornos mentais e seus familiares. Baseiam-se na experiência vivida dos participantes, valorizando o compartilhamento e a recuperação.
A TV Futura publicou documentário sobre o tema. Está disponível no YouTube. Acesse o link ao lado e assista ao documentário – https://www.youtube.com/watch?v=DrzWKWeg_PI
A USP possui um site onde pode ser consultada informações a respeito do projeto: https://sites.usp.br/ouvidoresdevozes
Para Alina Zoqui, da SES/SP, a web foi importante por abordar práticas que se aproximam dos usuários, abordagens que merecem ser conhecidas pela rede. “Temos que disseminar essas propostas, não podem ficar centradas na academia. Autonomia e liberdade do usuário”.
Já Ermínia Ciliberti destacou a web como especial, pois despertou o tema entre o público e evidenciou um debate que deve ser aprofundado entre os profissionais da RAPS.
Assista a web na íntegra – https://youtube.com/live/irw31ZyDSs4