Apresentação/Introdução:

A gestação é um momento importante de transformação na vida da mulher. As mudanças acontecem de diversas maneiras: biológicas, psicológicas, sociais. Neste processo, soma-se a ansiedade sobre a escolha do local em que o parto irá ocorrer. A visita prévia à maternidade pode transmitir para a gestante segurança e confiabilidade do serviço de forma integral, além de contribuir para o empoderamento da mulher a partir das orientações que serão oferecidas, contribuindo para o processo do cuidado. A Portaria GM/MS Nº 5.350/24 que dispõe sobre a Rede Alyne, considera como ações de saúde, a “vinculação da gestante, desde o pré-natal, ao local em que será realizado o parto e o atendimento das eventuais intercorrências na gestação; e o estímulo, no último trimestre gestacional, às ações de vínculo entre a gestante e a maternidade de referência do território”. A Política Nacional do Humanização (HumanizaSUS) reforça a importância do vínculo com a maternidade como forma de integrar os níveis de atenção do cuidado, e garantir os direitos reprodutivos das mulheres, a fim de reduzir os riscos de agravos, de morbidade e de mortalidade materna e neonatal. Desta forma, o Hospital e Maternidade Amador Aguiar (HMAA), no município de Osasco, entendendo a importância da humanização do período gestacional, do parto e puerpério, realiza através do serviço de Ambulatório, visitas programas de gestantes à maternidade, corroborando com as diretrizes do SUS.

Objetivos:

•Garantir a vinculação da gestante à maternidade de referência para o parto. •Amenizar a ansiedade da mulher, deixando-a mais tranquila e segura. •Atender exigências da IHAC (Portaria 1153/2014 – Capitulo I, Art. 4 – garantir a vinculação da gestante ao hospital que será realizado o parto), da Rede Alyne e da Política Nacional de Humanização (HumanizaSUS), favorecendo conhecimento e acesso a rede de saúde.

Metologia:

As visitas acontecem uma vez na semana, sempre às sextas feiras no período da tarde. O agendamento pode ser realizado pela Unidade Básica ou pela própria gestante, pessoalmente ou via telefone diretamente com as enfermeiras do Ambulatório. É permitido a presença de um acompanhante de escolha da mulher, maior de 12 anos. Desta forma, limitou-se a 6 gestantes por visita, que pode totalizar 12 pessoas. Entendemos que a visita poderá ser mais proveitosa a partir de 28 semanas de gestação. A enfermeira do Ambulatório percorre com o grupo todo caminho que a gestante fará ao dar entrada na maternidade passando pelo Pronto Socorro, Centro de Parto Normal (CPN), Banco de Leite e Alojamento Conjunto. Por questões de segurança e para controle de infecção, não é permitida a entrada na Unidade Neonatal. O maior tempo da visita é dispensado no CPN, por ser o setor de maior interesse, onde as enfermeiras obstetras e obstetrizes atuantes no setor apresentam os ambientes e salas de parto e explanam sobre o parto humanizado, período do trabalho de parto, os métodos não farmacológicos para alívio das dores. Durante toda visita são realizadas orientações referente ao processo de internação, as normas e rotinas da instituição, a importância da amamentação exclusiva, além de sanar dúvidas trazidas pelas gestantes e acompanhantes.

Resultados:

Entre dezembro de 2023 a novembro de 2024 recebemos 75 gestantes acompanhadas pela mãe, irmã ou parceiro. Poucas realizaram a visita sozinha. Apesar dos esforços de captação das gestantes, com a articulação junto à atenção primária, distribuição de cartazes no ambulatório de pré-natal de alto risco, além da abordagem das gestantes que passam pelo ambulatório, a adesão ainda é muito baixa. A maioria das gestantes que agendam a visita, realizam pré-natal de alto risco no ambulatório da maternidade. Como a visita é realizada de maneira humanizada, as gestantes e seus acompanhantes sentem-se acolhidos, e seguros para expor suas dúvidas e angústias, são ouvidos e recebem as orientações apropriadas, além da possibilidade de familiarizar-se com o ambiente que vão permanecer por determinado período. Ao final da visita muitas se mostram satisfeitas por conhecerem o ambiente no qual trará o seu filho ao mundo.

Conclusões:

Ao olharmos a visita guiada na maternidade como atividade de educação em saúde, as informações passadas corroboram com a autonomia e segurança da gestante para o processo de internação, parto e puerpério, além de minimizar a ansiedade de todo processo. A oportunidade de conhecer e visualizar os ambientes e poder conversar com os profissionais ajuda a criar uma imagem mental e uma memória afetiva realista e positiva do local onde dará à luz, e ao retornar para a maternidade para o momento do parto, ela sentirá acolhida pela equipe. É fundamental desenvolver estratégias eficazes para aumentar a captação dessas pacientes para a conscientização da importância de conhecer a maternidade antes do parto. Ações de sensibilização, como campanhas educativas, orientações durante o pré-natal e parcerias com a atenção primária, são importantes para engajar mais gestantes e oferecer um acompanhamento adequado. Dessa forma, podemos promover não apenas a saúde da mãe e do bebê, mas também fortalecer a rede de apoio e garantir que as gestantes se sintam acolhidas e informadas durante o período de internação, indo de encontro com as orientações propostas pela Rede Alyne, HumanizaSUS e IHAC.

Palavras-chave:

Cuidado Humanizado, Rede Alyne, IHAC, HumanizaSUS

Autores

NILVÂNIA CARZOLA IECKS DOS ANJOS, ANGELA ALVES TAVARES, ADRIANA ALVES DE OLIVEIRA LIMA, MAYLA PEREIRA DONON