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O luto é um processo individual e depende do tipo de afetividade, história de vida e tempo dedicado ao paciente idoso pelo cuidador familiar. Além de atendimentos prévios de preparação para a fase do luto, muitas vezes envolvendo temas como cuidados paliativos, o cuidador familiar recebe essa continuidade na atenção ao paciente, pós-óbito deste, como forma de finalizar um ciclo de parceria nos cuidados em saúde ao idoso, membro da família deste cuidador familiar atendido. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cuidados paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. Pensando no histórico de vínculo do paciente e familiares com o Programa Municipal de Atenção ao Idoso – PROMAI, especialmente o cuidador familiar, pessoa que tem maior proximidade e envolvimento com os cuidados e acompanhamento do idoso, buscou-se com este trabalho de envio de Carta de Condolências assinada pela Equipe de atendimento, ampliar o suporte ao cuidador e demais membros da família do paciente, buscando atender às questões emocionais e psicológicas decorrentes do processo de luto após o óbito do paciente idoso.
Oferecer suporte, apoio e acolhimento aos familiares que passam pelo processo de luto.
A ideia da confecção das cartas de condolências surgiu durante aulas de pós-graduação de Cuidados Paliativos e foi colocada em prática após apresentação e discussão com a equipe, em julho de 2021. Foi levantada pela equipe a necessidade de suporte e apoio aos familiares, devido ao vínculo estabelecido com a unidade, principalmente com os pacientes que apresentam declínio funcional importante e em fase final de vida, tornando um mecanismo de alívio e força para superação do luto. Para a coleta de dados, são realizadas pesquisas no obituário do jornal municipal, no sistema de prontuário eletrônico e informações através dos próprios familiares. A equipe inspirou-se na aula sobre luto, realizou pesquisas com profissionais e serviços que realizam essa atividade e criou seu próprio modelo de carta, que é confeccionada e assinada por todos os profissionais da equipe e entregue na residência dos familiares.
Foram enviadas até a presente data 345 cartas. Muitos familiares, ao recebê-las, procuraram a unidade de diversas formas: por e-mail, pessoalmente e/ou por telefone, para agradecerem o trabalho realizado pela unidade de saúde e a atenção com estes, após o falecimento do paciente. Muitos relataram alívio no momento enfrentado por sentirem-se parte do processo de cuidado e por compreenderem que o serviço, de fato, se importou com seu familiar e o bem-estar de seus cuidadores.
Muito se fala sobre humanização na saúde, mas pouco se discute sobre o que é oferecido àqueles que estão em processo de final de vida ou aos familiares enlutados. Esta experiência demonstra que, por mais simples que pareça, a intervenção proporciona apoio, conforto e acolhimento para aqueles que enfrentam uma fase difícil, após o falecimento de um ente querido. Além dos benefícios aos familiares, a experiência tem proporcionado à equipe oportunidades enriquecedoras de discussão sobre o processo de luto, e todos os fatores que envolvem o acolhimento à pessoa enlutada.
Luto, Condolências, Paciente, Carta
WELLINGTON MENEZES PASTROLIN