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O projeto foi realizado na AMA/UBS Integrada Jardim São Francisco 2, localizada em São Mateus, Zona Leste do Município de São Paulo, sob gestão da OSS FUABC. A proposta começa a ser trabalhada a partir de experiências profissionais relacionadas às questões de raça/cor com os profissionais de saúde da UBS e como poderiam trabalhar essas questões, e mitigar situações que envolvessem esse tema. A população preta e parda se concentra principalmente nas regiões periféricas da cidade de São Paulo, enquanto pessoas brancas têm suas condições socioeconômicas e ambientais melhores. O reconhecimento dessa profunda desigualdade pode contribuir para superar as injustiças sociais, tanto na área da educação quanto na saúde, uma vez que os profissionais de saúde podem mitigar essa desigualdade social à partir de auto identificação referida por usuários. Por conta das condições socioeconômicas e ambientais da população negra e parda do território da AMA/UBS Integrada Jardim São Francisco 2, e os dados fornecidos pelo PEC-eSUS, foi observado que os campos raça/cor não estavam sendo preenchidos por profissionais da unidade de maneira correta.
A ação proposta e executada vislumbrou qualificar os profissionais de saúde sobre auto identificação de raça/cor dos usuários e dos próprios funcionários da unidade básica de saúde; qualificar os profissionais sobre o questionário de raça/cor dos sistemas e-SUS território e SIGA saúde, e qualificar o acolhimento dos profissionais da saúde sobre doenças e peculiaridades relacionadas a população preta e parda.
Foram analisados os dados do PEC-eSUS, e à partir dos resultados obtidos foram instalados grupos para os funcionários do serviço de saúde abordando questões relacionadas a população preta e parda. Esse grupo foi composto por um funcionário de cada setor da unidade e foram realizados encontros semanais com duração média de duas horas. Em cada encontro foram trabalhadas questões raciais por meio de livros, filmes e racismo estrutural nas falas do cotidiano. De forma a contemplar a todos os profissionais, aqueles que não podiam participar dos encontros, os temas foram trabalhados in loco nos setores/salas de atuação em outros momentos.
Nos primeiros encontros foram observados que muitos profissionais não reconheciam sua raça/cor, e à medida que foram ocorrendo os demais encontros presenciais, muitos profissionais começaram a desmistificar assuntos relacionados a raça/cor. À partir desses encontros os dados de raça/cor dos sistemas PEC-Exus e SIGA saúde tiveram um aumento exponencial, mostrando que muitos profissionais passaram a realizar o questionário de auto identificação, contribuindo para um levantamento fidedigno das informações da população usuária com relação ao quesito raça/cor e tudo mais que envolve a temática. No mês de novembro de 2024 a UBS realizou uma exposição com relatos das mulheres pretas e pardas, para compartilharem um pouco sobre as questões raciais e dificuldades relacionadas a raça/cor, de forma a explanar o assunto e minimizar os preconceitos com relação a raça/cor.
Esse projeto ocorrido no ano de 2024 foi de grande valia para a UBS e mostrou como questões raciais continuam presentes no século 21, dentro de serviços de saúde. À partir dos resultados, consideramos expandir o grupo para a população do território, visando o reconhecimento e importância das questões raça/cor para os usuários, visando que muitos se apropriem dessas questões étnicas e relacionem as particularidades raciais aos problemas de saúde. Visando tornar a Unidade Básica de Saúde uma referência para a população preta e parda sobre a questões raciais.
auto, identificação
SORAIA SANTIAGO DE OLIVEIRA, GUILHERME CORDEIRO SILVA, IACY MILLONE, ALEXANDRA CORRÊA DE FREITAS, ANA HONORATO, AUGUSTO VERSURI, KARINA FERREIRA DA SILVA