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Profissionais da educação frequentemente enfrentam a questão das dificuldades de aprendizagem em crianças, levando a estigmatizações e diagnósticos prematuros, como TDAH e dislexia. Essa abordagem pode gerar resistência por parte dos familiares, que ainda associam psicólogos a distúrbios mentais. Muitas vezes, tanto educadores quanto cuidadores ignoram o mau desempenho escolar, que pode ser exacerbado por desestruturações familiares e falta de apoio psicológico. A prematuridade na paternidade, aliada à formação inadequada de educadores, contribui para uma visão distorcida das causas das dificuldades. A experiência relatada surgiu da demanda por atendimento a crianças com dificuldades de aprendizagem, encaminhadas pelas escolas. Foram formados grupos de apoio baseados na experiência do autor como Psicólogo Especialista em Neuropsicologia. O foco foi estimular funções mentais superiores e desenvolver habilidades sociais em crianças sem diagnóstico prévio de transtornos. A psicologia histórico-cultural propõe que o desenvolvimento infantil é socialmente construído através de interações e atividades humanas. O acesso a estimulações adequadas é crucial para que as crianças desenvolvam características cognitivas essenciais. As funções mentais superiores devem ser habilitadas por meio da interação com familiares e educadores, garantindo um desenvolvimento pleno e saudável.
Proporcionar um atendimento com foco no cuidado e na prevenção, assim como no desenvolvimento de funções mentais superiores, sendo que, muitas dificuldades de aprendizagens não estão relacionadas apenas aos transtornos do neurodesenvolvimento; a falta de estimulação dessas funções mentais superiores pode ocasionar em déficits cognitivos; assim como causar prejuízos no desenvolvimento escolar, social e comportamental, mesmo havendo ausência de um transtorno do neurodesenvolvimento. O atendimento em grupo proporciona a interação social, e o desenvolvimento de habilidades sociais e comportamentais, associados a uma estimulação cognitiva proporciona o desenvolvimento de funções executivas, melhora os fatores atencionais e consequentemente as memórias.
Proporcionar a estimulação cognitiva através de jogos de tabuleiros e atividades lúdicas, com base na neuropsicologia do desenvolvimento, assim como desenvolvimento de oficina criativa, na estimulação da criatividade, sendo que essas atividades proporcionam às crianças a criação de jogos para o desenvolvimento cognitivo. Orientar pais e responsáveis através de devolutiva psicológica, como estimular as crianças através de jogos de tabuleiros e brincadeiras lúdicas, assim como localizar referências para desenvolvimentos dessas atividades. A verificação dos resultados através de solicitação de boletim escolar e relatório escolar, e observação do desempenho individual de cada participante.
Observou-se durante o processo de acompanhamento, a evolução no desenvolvimento das atividades e desempenhos nos jogos de tabuleiros, quebra-cabeças e nas oficinas criativas. Pacientes que apresentavam um comportamento agitado, supondo uma hiperatividade, tiveram melhor autocontrole de sua impulsividade. A comparação da demanda apresentada com relação às queixas iniciais e do relatório escolar e boletim escolar, assim como a observação durante as sessões e os relatos dos responsáveis, demonstraram ganhos significativos no desempenho escolar e no comportamento dos participantes; tanto nos que não havia uma hipótese de diagnóstico relativa a um transtorno do neurodesenvolvimento como nos que estavam em processo de investigação para uma hipótese diagnóstica relacionada a um transtorno do neurodesenvolvimento. Os ganhos em psicomotricidade fina, escrita, atenção, memórias, velocidade de processamento da informação, funções executivas, controles inibitórios são perceptíveis e significativos após o processo de estimulação cognitiva, entre outras funções mentais superiores.
A Atenção Básica (AB) é fundamental como porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), focando na prevenção e educação em saúde. Ela busca apoiar crianças com déficits escolares, frequentemente causados por excesso de telas, desinteresse, falta de apoio familiar e estimulação inadequada. A formação de grupos permite não apenas a transferência de responsabilidades, mas também a promoção do cuidado e integração do conhecimento profissional, beneficiando a saúde mental dos participantes. É crucial considerar as causas dos distúrbios de aprendizagem, reconhecendo que o ambiente social da criança impacta seu aprendizado. A falta de afeto e mediações adequadas pode resultar em disontogênese social, sendo necessário que educadores e profissionais como psicólogos e psicopedagogos abordem esses aspectos sociais. A colaboração entre professores, alunos e facilitadores é essencial para o sucesso educacional, pois as dificuldades de aprendizagem são fenômenos multicausais, envolvendo interações entre fatores biológicos e sociais que influenciam o desenvolvimento infantil.
estimulação cognitiva, educação, saúde da criança
ROGÉRIO FERNANDO SILVA