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A atividade física reduz o risco de mortalidade prematura e doenças crônicas, como cardiovasculares, hipertensão, câncer e diabetes tipo 2. O sedentarismo, por outro lado, está associado a composição corporal desfavorável, baixa autoestima e desempenho acadêmico inferior. O uso excessivo de telas, incluindo televisão, videogames e redes sociais, contribui para um estilo de vida sedentário, impactando hábitos alimentares e reduzindo a prática de atividades físicas. No Brasil, altos níveis de inatividade física em crianças e adolescentes são preocupantes, especialmente em algumas regiões. Esse comportamento na infância pode persistir na vida adulta, aumentando os riscos de doenças metabólicas. Estudos apontam que 80% dos jovens não atingem os 60 minutos diários recomendados de atividade física. Assim, é essencial compreender os padrões de inatividade e como o tempo de tela influencia na obesidade e outras comorbidades. No entanto, há uma lacuna em pesquisas que estratificam esses dados por idade e sexo. O entendimento desses fatores pode auxiliar na formulação de políticas públicas eficazes e programas educacionais voltados à promoção da saúde, incentivando estilos de vida mais saudáveis desde a infância.
Analisar a relação entre sexo, idade e comportamento sedentário em adolescentes, com ênfase no uso de tecnologias e tempo de tela. Identificar padrões de inatividade física e sua influência na saúde física e mental, incluindo o risco de obesidade. Avaliar a correlação entre o tempo de exposição a dispositivos eletrônicos e hábitos de vida, como alimentação e prática de atividades ao ar livre. Examinar diferenças entre grupos etários e sexos, contribuindo para o entendimento das dinâmicas comportamentais na infância e adolescência. Compreender esses fatores permitirá a formulação de estratégias eficazes para reduzir o tempo de tela e incentivar a prática de exercícios físicos, promovendo saúde e bem-estar.
Este estudo adotou uma abordagem transversal com a coleta de dados realizada no segundo semestre de 2024, no município de Estrela do Norte, localizado no Estado de São Paulo, Brasil, com uma população de 2.661 habitantes, onde avaliamos 158 alunos. A amostra foi composta por crianças e adolescentes entre 11 e 19 anos, matriculados no 6º ano do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio, totalizando uma diversidade de faixas etárias e sexos. Os participantes responderam a um questionário estruturado que avaliou diversos aspectos do comportamento sedentário e da prática de atividade física, incluindo o uso de tecnologias e o tempo de tela. O questionário abordou o tempo gasto em atividades como assistir televisão, jogar videogames e acessar redes sociais, além de indagar sobre os dispositivos mais utilizados, a finalidade do uso, a presença de limites de tempo estabelecidos para o uso e se realizam pausas durante o tempo prolongado de tela. Também foram avaliados aspectos relacionados à prática de atividades físicas, como a frequência semanal de exercícios e o tempo diário de inatividade, incluindo o tempo sentado ou deitado durante o dia, fora do período de sono. Além disso, o estudo investigou o uso de óculos, histórico de exames de vista nos últimos 12 meses.
Foi aplicado questionário a adolescentes para avaliar o uso da tecnologia, sedentarismo e saúde visual. Abordou o tempo de exposição às telas e seus impactos. Entre os adolescentes de 10 a 12 anos, o tempo de tela variou: no grupo masculino, 9 usavam de 4 a 6 horas ou mais, e no feminino, 14 tinham o mesmo padrão. Os dispositivos mais utilizados foram celular e televisão. Meninos priorizavam jogos, enquanto meninas usavam mais redes sociais. A prática de atividade física foi maior entre os meninos (3 a 5 vezes por semana). No aspecto visual, 6 meninos e 13 meninas utilizavam óculos. Na faixa de 13 a 15 anos, o tempo de tela se manteve elevado, e as redes sociais foram predominantes para as meninas. A frequência de atividade física foi maior nos meninos. O desconforto visual foi mais relatado pelas meninas. Entre 16 e 18 anos, o padrão se repetiu, com aumento do tempo sentado e maior relato de desconforto visual. Os dados de IMC mostraram casos de sobrepeso e obesidade em todas as séries, com 7 adolescentes recusando-se a participar por estarem acima do peso. Os resultados evidenciam alta exposição às telas, sedentarismo crescente e impactos na saúde visual, reforçando a necessidade de estratégias para equilíbrio entre tecnologia e hábitos saudáveis.
O estudo evidencia a forte relação entre o uso excessivo de telas e o sedentarismo, impactando diretamente a saúde dos adolescentes. A exposição prolongada a dispositivos eletrônicos contribui para a inatividade física, aumento da obesidade e prejuízos na saúde visual. Além disso, há uma relação entre o tempo de tela e hábitos alimentares inadequados, como o consumo excessivo de ultra processados. Os dados reforçam a necessidade de medidas preventivas e educativas para conscientizar pais, educadores e jovens sobre os impactos do comportamento sedentário. Estratégias que incentivem a prática de atividades físicas e o uso moderado de telas devem ser priorizadas. A implementação de programas escolares e políticas públicas focadas na promoção da saúde pode contribuir significativamente para a qualidade de vida das futuras gerações.
Obesidade, sedentarismo, telas, adolescentes.
LUIZ HENRIQUE