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A manutenção adequada dos medicamentos termolábeis em situações de falta de energia elétrica é essencial para garantir a segurança e a eficácia desses produtos, especialmente em uma rede pública de saúde de grande porte, como a de São Bernardo do Campo. Em caso de interrupções no fornecimento de energia, as consequências podem incluir perdas de estoque, prejuízos financeiros e, principalmente, comprometimento da saúde dos pacientes que dependem desses medicamentos. Diante dessa necessidade, foi elaborado um plano de contingência robusto para a rede de saúde do município, garantindo a manutenção dos medicamentos em temperaturas adequadas. Este plano considera os locais da rede que dispõe de gerador e câmara fria, além de itens de apoio ao transporte como placas de gelo e caixas térmicas e detalha procedimentos específicos que asseguram a rápida mobilização da equipe e comunicação entre unidades.
Este trabalho tem como objetivo descrever o plano de contingência para assegurar a manutenção dos medicamentos termolábeis armazenados nas unidades de saúde e almoxarifados da rede pública de São Bernardo do Campo em situações de falta de energia elétrica. Os objetivos específicos incluem: 1. Preservar a integridade dos medicamentos sensíveis à temperatura, especialmente insulinas, hormônios e imunobiológicos, em eventuais interrupções de energia elétrica, programadas ou não. 2. Estabelecer protocolos detalhados de ação para os colaboradores, promovendo agilidade e segurança nas respostas a emergências. 3. Capacitar a equipe para o remanejamento e transporte seguro dos medicamentos termolábeis, utilizando caixas térmicas, placas de gelo e termômetros. 4. Garantir a continuidade do atendimento aos pacientes com mínima interrupção, orientando-os adequadamente sobre as alternativas de acesso aos medicamentos.
A metodologia de implantação do plano de contingência abrange diversas etapas. Primeiramente, foi estabelecido um protocolo de verificação junto à concessionária de energia elétrica para identificar o prazo estimado para o restabelecimento do serviço, ação executada pelo setor administrativo da unidade afetada. Em paralelo, foi determinado que a dispensação de insulinas deve ser temporariamente suspensa para reduzir a abertura das geladeiras, preservando a temperatura interna. Toda a equipe farmacêutica é informada por meio do grupo de WhatsApp (Equipe DAF) sobre a suspensão temporária e as atualizações do status de energia. Em caso de necessidade, os medicamentos devem ser transportados para as unidades de referência do plano de contingência, que possuem gerador. Cada unidade deve possuir os recursos necessários para o transporte: caixas térmicas, placas de gelo congeladas e termômetros para monitoramento contínuo da temperatura durante o transporte. As unidades de referência do plano de contingência devem manter espaço livre na câmara fria e gerador com combustível sempre abastecido para receber os medicamentos da unidade afetada. A equipe da unidade afetada deve avaliar as condições de iluminação natural na farmácia para continuar ou não os atendimentos com segurança. Em caso de suspensão do atendimento geral da farmácia, todos os pacientes deverão ser orientados sobre as alternativas e o prazo estimado de retorno, de modo que as suas necessidades de saúde sejam atendidas.
A aplicação do plano de contingência já demonstrou eficácia em eventos simulados e em ocasiões de interrupção real de energia. O processo de comunicação com a concessionária de energia proporcionou à equipe maior previsibilidade para a execução das ações, permitindo o remanejamento dos medicamentos termolábeis sem comprometimento da qualidade. A suspensão temporária da dispensação dos termolábeis e o monitoramento contínuo das temperaturas nas geladeiras garantiram a integridade dos medicamentos, mesmo em períodos críticos. O grupo de WhatsApp da Equipe DAF mostrou-se fundamental para a comunicação e coordenação em tempo real, proporcionando uma resposta integrada entre as unidades. Os equipamentos de transporte, incluindo caixas térmicas e placas de gelo foram utilizados de maneira eficaz, demonstrando sua capacidade de manter a temperatura adequada dos medicamentos termolábeis durante o transporte para as unidades de referência. O monitoramento remoto da temperatura das câmaras das unidades de referência também provou ser um recurso essencial, enviando alertas automáticos para que a equipe pudesse agir rapidamente, evitando desvios de temperatura. Esses resultados comprovam a eficiência do plano de contingência, que minimizou perdas e garantiu a continuidade dos serviços de assistência farmacêutica no município em situações de queda de energia.
O plano de contingência para a preservação dos medicamentos termolábeis em São Bernardo do Campo mostrou-se eficaz e bem estruturado, proporcionando à rede pública de saúde uma resposta rápida e segura em casos de falha energética. O protocolo detalhado, incluindo comunicação com a ENEL, suspensão da dispensação de insulinas, e possibilidade de transporte seguro dos medicamentos, demonstra que a estratégia planejada contribui para a integridade dos estoques termolábeis e a continuidade do atendimento à população. A utilização do grupo de WhatsApp como ferramenta de comunicação instantânea possibilitou uma integração eficaz entre as unidades, otimizando o tempo de resposta da equipe. O monitoramento remoto das temperaturas agrega segurança, permitindo intervenções em tempo real. Durante a ausência do sistema Hygia, o registro manual de dispensações permitiu o controle rigoroso dos estoques e a atualização precisa dos dados após o reestabelecimento do sistema. Esse plano de contingência, com seus processos e recursos, pode servir como modelo para outras redes de saúde pública, assegurando que a assistência farmacêutica seja prestada com qualidade e segurança, independentemente das condições adversas.
Medicamentos, termolábeis, energia, elétrica
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