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A saúde pública brasileira registra um avanço histórico no enfrentamento à dengue. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da vacina Butantan-DV, desenvolvida pelo Instituto Butantan, primeiro imunizante do mundo contra a doença em dose única e produzido integralmente no Brasil. A tecnologia utilizada é de vírus vivo atenuado, abordagem já consolidada em outras vacinas de grande impacto.
A aprovação representa um marco para o país, sobretudo em um contexto de crescente incidência de dengue e pressão sobre os serviços de saúde municipais. A Butantan-DV oferece proteção contra os quatro sorotipos do vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Os estudos clínicos envolveram mais de 16 mil voluntários, acompanhados ao longo de aproximadamente três anos.
Os resultados demonstram 74,7% de eficácia contra dengue sintomática, 91,6% de proteção contra casos graves com sinais de alarme e 100% de eficácia na prevenção de hospitalizações entre os participantes vacinados.
Esses dados reforçam o potencial do imunizante para reduzir significativamente a sobrecarga dos serviços de saúde e o número de internações por dengue no país, efeito especialmente relevante para os municípios paulistas, que enfrentam sazonalmente grandes surtos da doença.
A Anvisa autorizou o uso da vacina para pessoas de 12 a 59 anos. O Instituto Butantan já conduz estudos adicionais para ampliar a indicação para crianças e idosos, populações especialmente vulneráveis.
O Ministério da Saúde avalia a incorporação da Butantan-DV ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). A expectativa é de que a distribuição gratuita pelo SUS seja implementada após definição de prioridades e logística de produção.
Pesquisa brasileira consolidada e impacto para o SUS
O desenvolvimento da vacina começou em 2009, envolvendo mais de 200 pesquisadores e colaboradores ao longo de mais de uma década. A aprovação coroa um esforço científico contínuo e reafirma o potencial da produção nacional de imunobiológicos estratégicos para o SUS.
Para os gestores municipais, a chegada da Butantan-DV traz expectativas positivas como a ampliação da proteção populacional, a redução de casos graves e óbitos, o menor impacto nos serviços de urgência e internação, o fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica e a possibilidade futura de estratégias locais ampliadas de vacinação.
Apesar do avanço histórico, o controle do mosquito Aedes aegypti permanece fundamental. Eliminar criadouros, orientar a população e manter vigilância ativa seguem como eixos centrais da prevenção, especialmente enquanto a vacinação inicia seu processo de implementação.

Fonte e fotos: Comunicação Butantan