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Confira entrevista com Brigina Kemp, assessora técnica do COSEMS/SP, que participa do grupo bipartite de Vigilância em Saúde. Nos últimos meses as arboviroses vem chamando a atenção dos gestores municipais de Saúde devido ao aumento de casos em diversas regiões do estado de São Paulo. Brigina compara os casos com anos anteriores e, com base em dados, projeta possível situação em 2022 e destaca algumas ações a serem implementadas pelos secretários e suas equipes.
O COSEMS/SP alerta a sociedade civil, municípios e organizações públicas e privadas para focar em atividades na prevenção à dengue, chikungunya e zika vírus, com foco especial no controle da proliferação do mosquito transmissor dessas arboviroses.
COSEMS/SP: Qual a situação atual das arboviroses no estado?
Brigina: Dengue – observou-se um aumento de casos no início do ano, quando comparado ao ano de 2020. No entanto, não superou a curva epidêmica de 2019 (considerando os casos encerrados no sistema de notificação). Nas últimas semanas há um aumento de regiões com maior incidência de casos de dengue.
Chikungunya – O estado de São Paulo confirmou 14.390 casos, a maioria deles localizados na Baixada Santista, o que se configurou como epidemia na localidade. Em 2020 foram confirmados 281 casos.
Zika Vírus: a situação não se alterou em relação aos anos anteriores, mantendo o padrão epidemiológico de baixa circulação
COSEMS/SP: Qual a previsão para o verão de 2022?
Brigina: Há uma hipótese de ocorrência de surtos ou mesmo de epidemia de Chikungunya, devido à epidemia que aconteceu na Baixada Santista nos primeiros meses de 2021. Nota-se também a circulação deste vírus em várias regiões do estado de São Paulo, fato que sustenta esta hipótese.
COSEMS/SP: Quais ações de cunho coletivo devem ser lembradas?
Brigina: São necessários todos cuidados para evitar a infestação do vetor Aedes Aegypti, como impedir o acúmulo de água em qualquer recipiente, e aqueles que armazenam água devem ficar devidamente tampados/vedados ou telados. Os resíduos devem ser dispostos em lixo com tampa até que sejam recolhidos. Os vasos de planta não devem ter pratos que segurem a água, não cultivar plantas em água.
COSEMS/SP: Qual o papel do gestor municipal frente a um planejamento e situação prevista. O que deve fazer?
Brigina: O gestor municipal deve articular os demais gestores da sua equipe para que desencadeiem as seguintes ações e processos de trabalho:
– Preparação de todas as equipes para detecção e tratamento de casos de arboviroses, especialmente casos de Chikungunya. Como o diagnóstico diferencial entre Chikungunya, Dengue e Covid-19 pode ser difícil, a vigilância epidemiológica deve se organizar junto com o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) e IAL para testar amostras para uma ou outra doença nos casos com resultados negativos.
– Preparação da rede de assistência para diagnóstico e tratamento de casos de Chikungunya, tendo ciência do Protocolo de Manejo Clínico de Chikungunya no Estado de São Paulo.
– Adotar de imediato as ações de prevenção e controle do vetor.
– Desencadear as medidas de bloqueio de transmissão rapidamente.
– Preparar um Plano de Contingência para ser acionado no momento necessário.
– Pautar nos espaços da CIR os aspectos que sejam necessários para as medidas de prevenção, controle e assistência aos casos de arboviroses; no caso de Chikungunya considerar as características debilitantes e de gravidade e da doença que exijam a organização de serviços de referência.
– Considerar o papel importante de ações intersetoriais se articulando com os demais setores públicos e da sociedade local