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Por Maria Ermínia Ciliberti, assessora técnica do COSEMS/SP
Nos últimos anos gestores municipais de saúde vêm se desdobrando para dar conta da crescente demanda em Saúde Mental que atinge todos os pontos da Rede de Saúde. Desde 2020 nos deparamos com os desafios colocados pela epidemia de Covid-19. Às crianças separadas da escola em período de pleno desenvolvimento de sua sociabilidade agora são atribuídos diversos transtornos mentais. Sequelas, conhecidas como Covid Longa, desafiam nossas estruturas de reabilitação.
Insegurança econômica e social contribuem para o aumento de casos de depressão. Emergências Climáticas e o aumento de Desastres Socioambientais favorecem a preocupação constante e o medo de nossa juventude, gerando o que vem sendo chamado de ansiedade climática.
Transformações e precarizações no Mundo do Trabalho fizeram com que os afastamentos do trabalho por doença mental crescessem quase 40% entre 2022 e 2023.
Doenças Psicossomáticas nos desafiam a buscar tecnologias que superem a velha dicotomia mente/corpo e nos impulsionem na construção de novos sentidos para o cuidar, orientados pelo acolhimento, o vínculo e a responsabilização. Desenvolver processos de escuta torna-se imprescindível nos vários níveis de atenção à saúde mental.
Para conseguirmos vencer os desafios colocados precisamos tomar na radicalidade o conceito de Clínica Ampliada e promover a autonomia dos usuários do serviço de saúde, das famílias e das comunidades realizando um cuidado de acordo com cada caso, com cada serviço e com cada equipe.
Do apoio à saúde mental de quem está na Fila de Transplante de Órgãos, até a inserção da Saúde Mental no Programa Saúde na Escola, precisamos entender que o cuidado às subjetividades deve estar presente em toda Rede de Saúde. Não é mais possível encaminhar queixas como insônia, angústia ou ansiedade para serviços especializados.
Buscar novas formas articulação e corresponsabilização entre as redes de atenção primária e saúde mental pode contribuir para superarmos as dificuldades atuais. Nossas equipes precisam ser qualificadas e apoiadas para terem segurança e serem proativas, diminuindo sua angústia frente a situações complexas e relacionadas as vulnerabilidades sociais e as violências.
Nosso Norte deve ser a ampliação das ações intersetoriais, a diminuição da Patologização/Medicalização da vida e do sofrimento e a promoção de cuidado humanizado e integral.