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A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu em junho de 2019 que o envelhecimento seria enquadrado como doença e inserido na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde.
Por conta de uma grande movimentação por parte de agentes de saúde, instituições e sociedades médicas ao longo do ano passado, a OMS optou por substituir o termo “velhice” por senilidade, envelhecimento associado ao declínio da capacidade intrínseca, na nova CID, que entrou em vigor em janeiro de 2022.
Quais seriam os impactos de transformar a velhice em doença?
Na prática, a proposta permitiria, por exemplo, não identificar a causa da morte de uma pessoa idosa com várias patologias e negar um seguro para uma pessoa idosa saudável que, por conta da idade, seria vista como “enferma”. Além disso, planos de saúde poderiam criar regras mais duras para dificultar o acesso à assistência médica a pessoas idosas na fase em que há mais fragilidade.
Classificar as enfermidades da população idosa apenas como “velhice” também teria um grande impacto a médio e longo prazo, por exemplo, para análise de dados e pesquisas relacionadas à vivência dos idosos.
A velhice é um processo natural com início ainda no ventre materno e decorrente de mudanças psicológicas, biológicas e sociais. Ela ocorre em ritmos diferentes para cada pessoa, influenciada pelo modo de vida, pela condição de saúde de cada um e pelo meio ambiente. Assim, é errado definir velhice como condição de saúde, baseada exclusivamente na idade.
A velhice no Sistema Único de Saúde
Segundo o Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (Elsi-Brasil), 75,3% dos idosos brasileiros dependem exclusivamente dos serviços prestados no Sistema Único de Saúde, sendo que 83,1% realizaram pelo menos uma consulta médica no período de um ano.
O Ministério da Saúde possui a Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa que é responsável pela implementação da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, entre as principais diretrizes:
Envelhecimento ativo e saudável;
– Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa;
– Estímulo às ações intersetoriais;
– Fortalecimento do controle social;
– Garantia de orçamento;
– Incentivo a estudos;
– Pesquisas.
Nos anos de 2013 e 2014, a Coordenação lançou diretrizes para o cuidado da pessoa idosa no SUS, a então proposta de Modelo de Atenção Integral, que tem por objetivo orientar a organização do cuidado ofertado à pessoa idosa no âmbito do SUS, potencializando as ações já desenvolvidas e propondo estratégias para fortalecer a articulação, a qualificação do cuidado e a ampliação do acesso aos pontos de atenção das Redes de Atenção à Saúde.
Mesmo com as iniciativas voltadas ao público, o atendimento multidisciplinar da pessoa idosa no SUS é um desafio diário, ainda mais no cenário de uma população cada vez mais velha. É necessário um olhar mais amplo e concreto com essa parcela da população.