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A sífilis congênita é uma importante causa de perda fetal e mortalidade perinatal. Nos últimos anos, o recrudescimento da sífilis vem ocorrendo em diversos países, assim como no Brasil e no município de Campinas (SP). O Brasil é signatário da Resolução CE 116. R3, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), de junho de 1995, que recomenda a eliminação da sífilis congênita e transmissão vertical do HIV. A meta de casos de sífilis de congênita é de 0,5 casos para cada mil nascidos vivos. Dia 17 de outubro, a secretaria de Saúde de Campinas promove o I Seminário de Sífils: Por que e até quando?. Serão duas turmas. Confira a programação ao final do texto.
O município de Campinas vem observando elevação da taxa de detecção de sífilis adquirida e sífilis em gestante, assim como elevação do coeficiente de incidência da sífilis congênita entre os anos de 2010 e 2017, como pode ser observado na Figura 1. A elevação da taxa de incidência de sífilis congênita e as taxas de detecção de sífilis em gestante por mil nascidos vivos aumentaram cerca de três vezes nesse período, passando de 2,5 para 4,2 e de 6,3 para 22,37 casos por mil nascidos vivos, respectivamente. Dados preliminares indicam que até agosto deste ano, o muncicípo de Campinas já contabilizou 40 casos de sífilis congênita.
A sífilis adquirida, cuja notificação passou a ser compulsória em 2010, teve sua taxa de detecção aumentada de 67,4 para 122 casos por 100 mil habitantes, entre os anos de 2010 e 2017, representando um aumento de aproximadamente duas vezes no período.
Uma análise da sífilis em gestante permite identificar que a partir da implantação da realização de teste rápido para sífilis nas Unidades Básicas de Saúde houve um aumento no diagnóstico de sífilis em gestante no primeiro trimestre da gestação, como é possível observar na Figura 2, e em especial com os dados preliminares do ano de 2018, corroborando para importância dessa estratégia no diagnóstico precoce da sífilis em gestante.
A sífilis congênita, no período de 2010 a 2018 foi responsável pela ocorrência de 66 perdas fetais (41 abortos e 25 natimortos), e o nascimento de 483 crianças com sífilis congênita (Figura 3).
Entre os casos confirmados de sífilis congênita nesse período, em média 76,1% das gestantes realizaram pré-natal, e entre as gestantes que fizeram pré-natal, 62,8% fizeram tratamento inadequado durante a gestação.
Entre as gestantes que realizaram pré-natal, cujas crianças forma confirmadas como sífilis congênita, em média apenas 20% das parcerias sexuais dessas gestantes foram tratadas, como pode ser observado na Figura 4.
O tratamento é considerado adequado da gestante quando a mesma é tratada com penicilina benzatina com a dose adequada para fase clínica da doença, o tratamento é iniciado 30 dias antes do parto, e as parcerias sexuais da gestante são tratadas adequadamente e concomitantemente.