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O Brasil sempre foi referência mundial no que tange ao Programa Nacional de Vacinação (PNI). Porém, ao longo dos últimos anos o país tem demostrado uma queda na cobertura vacinal da população. Desinformação, negacionismo, entre outros fatores colaboram com a diminuição do interesse do cidadão à busca da vacina. Diante deste cenário, Brigina Kemp, assessora técnica do COSEMS/SP, apresentou as perspectivas para melhoria nas coberturas vacinais, durante o XVII Simpósio Estadual de Imunização, em comemoração aos 55 anos do Programa Estadual de Imunização.
A palavra perspectiva representa possibilidades, ponto de vista, panorama e foi por meio destes significados que a assessora baseou sua fala, através de iniciativas municipais criativas que já estão acontecendo em todo o estado de São Paulo, um ambiente vivo e recheado de oportunidades.
“Não podemos nos apegar às formas como as ações do programa de imunização eram feitas anteriormente. A sociedade mudou, temos que nos adequar às mudanças culturais, sociais e ao modo como a comunicação ocorre hoje em dia. No estado de São Paulo temos realidades distintas. A maior parte dos municípios possuem menos de 50 mil habitantes”, destacou Brigina.
Para evidenciar as experiências municipais relacionadas à vacinação, a assessora realizou uma busca analítica em quatro revistas que abordam os trabalhos inscritos na 19ª Mostra de Experiências Exitosas dos Municípios, celebrada no 36º Congresso do COSEMS/SP. As publicações estão disponíveis no site do COSEMS/SP: https://www.cosemssp.org.br. Brigina utilizou as palavras-chave: vacina, vacinação, imunização, cobertura vacinal e rede de frio.
“O resultado foi muito interessante, pois encontrei 65 trabalhos. Nem todos exclusivos sobre vacinação, mas relacionados, o que demostra que o tema é transversal aos processos de trabalhos nos municípios. Todas as 63 regiões de Saúde do estado de São Paulo apresentaram experiências. Além dos trabalhos apresentados na 19ª Mostra de Experiências Exitosas dos Municípios, também considerei os apresentados na Oficina Nacional do Projeto ImunizaSUS e um trabalho premiado na 17 ª ExpoEpi realizada esse ano.
Brigina reinterpretou os temas com foco na vacinação e organizou as experiências conforme as características de cada trabalho, nos seguintes eixos: 1 -tecnologia, 2 – gestão e reorganização de processo de trabalho, 3 – articulação e intersetorialidade, 4 – atividades extra muros, 5 – capacitação, 6 – educação em saúde e comunicação, 7 – acolhimento, adesão e vínculo, 8 – integralidade.
Dentro de tecnologia podemos destacar o uso das redes, internet para comunicação junto à população, automatização e processos de planilhas, relatórios informatizados, criação de softwares, integração de sistemas municipais com os oficiais, criação de plataformas e cartão espelho. “Cada município se adequou a sua capacidade, realidade, dentro de sua possibilidade”.
Quanto à gestão e processo de trabalho, a inserção da cobertura vacinal na sala de situação, além de matriciamento e avaliação de indicadores e ajustar horários de atendimentos para atender o público.
O deslocamento das equipes de vacinação para locais estratégicos foi evidenciado entre os trabalhos, como creches, escolas, shoppings, baladas, área rural, além de Instituição de Longa Permanência para Idosos, o que permite maior alcance de públicos alvo.
Outro fator determinante é a comunicação. “As equipes se esforçaram nas produções de vídeos, as informações chegaram às escolas e empresas. O enfrentamento da desinformação é fundamental neste processo”, disse Brigina.
Segundo a assessora, para alcançarmos altas coberturas vacinais e darmos sustentabilidade às ações de vacinação, hoje temos que dialogar e articularmos com vários setores da sociedade, como: educação, Ministério Público, universidades, pesquisadores, sociedades científicas, laboratórios produtores de vacina, setores da comunicação, dentre outros seguimentos.
“O importante é o olhar individualizado, singularizado, identificar a pessoa não vacinada, saber o porquê isso aconteceu. Qual barreira de acesso ela teve? Como chegar nessas pessoas? Qual a estratégia?”, relatou a assessora.
Um exemplo de queda nas coberturas vacinais, é a vacinação contra poliomielite em crianças menores de um ano. No Brasil a cobertura vacinal em 2010 era de 99% e em 2022 foi de 77%. Para o estado de São Paulo, no mesmo período e para a mesma vacina temos: 2010 com 97% de cobertura, e, em 2022, uma queda para 77%. (fonte: fonte: painel de indicadores de imunização, portal Conasems – Dados atualizados em 16 de outubro de 2023).