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Jornal do COSEMS/SP | Ed. 210 – Entrevista
A entrevistada desta edição é a enfermeira sanitarista, docente do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina (EPM-UNIFESP), apoiadora do COSEMS/SP e julgadora da Mostra de Experiências Exitosas dos Municípios, Ana Lúcia Pereira. A seguir, ela explica que a Mostra dá visibilidade às ações desenvolvidas pelos serviços municipais e amplia a divulgação das boas experiências com o intuito de reforçar a importância do SUS nos municípios. Confira!
JC – Como você vê a evolução da Mostra de Experiências Exitosas do Congresso do COSEMS/SP nos últimos anos?
Ana: Os Congressos do COSEMS/SP são espaços ricos para trocas de experiências entre os gestores. A Mostra de Experiências Exitosas Municipais dá visibilidade às ações desenvolvidas pelos serviços de saúde municipais. Nas primeiras edições, as Mostras de Trabalho aconteciam a cada dois anos. A partir do Congresso realizado em Bauru, ocorreram mudanças importantes. A Mostra passou a ser anual e, em função da grande procura dos municípios para exposição dos trabalhos, houve a implementação do Prêmio David Capistrano que, em 2022, irá premiar 15 experiências e outras 15 receberão menção honrosa.
A Comissão de Avaliação da Mostra faz a análise e definição dos trabalhos premiados e das menções honrosas. Destaco a maneira como o COSEMS/SP seleciona os participantes dessa comissão que são profissionais qualificados, orientados a atuarem com um olhar para os trabalhos que demonstrem os princípios norteadores do SUS como a integralidade, universalidade, equidade com a garantia de participação e controle social. Em 2020, a Mostra recebeu 1143 trabalhos para o Congresso.
JC – A mostra ajuda na visibilidade cotidiana das boas experiências e muda a visão do SUS para as pessoas?
Ana: Contribui muito. Quando realizamos ações como a Mostra, nos preocupamos em ampliar a discussão, compartilhando as experiências com outros gestores e até mesmo com quem não participou. Sem dúvida, quem consegue ler os trabalhos da Mostra e conversar com os autores retorna com novas ideias para o seu município. Acredito que esse movimento seja parte da educação permanente. Lembro-me de quando saiu a primeira publicação no Boletim BIS, com ampla distribuição pelo estado e depois para o Brasil no Congresso do CONASEMS. Foi muito interessante ver pessoas de outros lugares falando sobre a vida do SUS nos municípios porque, muitas vezes, esse trabalho fica escondido do olhar da população. Ao sair do espaço restrito do Congresso, a Mostra leva o verdadeiro SUS às pessoas.
JC – Como motivar para que os municípios mostrem o SUS que dá certo?
Ana: Precisamos entender que cada ação divulgada, daquelas que chamamos “rotina de trabalho”, pode ser bastante comum para um serviço, mas, para outro, que nem pensou em desenvolvê-la daquela maneira, pode significar um exemplo importante e um salto de qualidade. Somos 645 municípios com realidades muito distintas. O COSEMS/SP tem se empenhado para ter a participação cada vez maior dos municípios, divulgando nas mídias sociais e enviando convite direto aos Secretários, que são Representantes Regionais. Outra atividade fundamental que tem atraído participantes é a Oficina de Escrita, um potente movimento de educação voltado aos municípios que desejam inscrever suas experiências, para exercitar a reflexão e produção do conhecimento a partir do cotidiano do trabalho em saúde.
JC – Pode citar uma experiência do último ano que você gostou?
Ana: É quase impossível destacar uma que tenha gostado mais, mas cito algumas que conseguiram levar em conta os princípios norteadores do SUS. O pequeno município de Ipaussu nos apresentou toda a sua mobilização municipal para atuar na prevenção e atenção à Covid-19; a cidade de Lorena, que já se organizava para a elaboração de um protocolo pós-Covid-19; e a implantação do Telessaúde de Ribeirão Preto e o Monitoramento da Alta Qualificada do município de Jundiaí. Foram todas experimentações muito densas e que atingiram seus objetivos.