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O livro “A Epopeia do SUS”, que narra a trajetória de criação e implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por transformar o modelo de assistência à saúde no Brasil e escrito por ex-presidentes do COSEMS/SP, foi lançado no dia 21 de agosto, em São Paulo, na sede do COSEMS/SP, durante durante a Reunião do Conselho de Representantes Regionais da saúde do estado de São Paulo.
Publicado pela Editora da Unicamp, a obra foi escrita por dois ex-presidentes do COSEMS/SP: Carmino Antonio de Souza, formado em Medicina pela Unicamp, onde é professor titular de Hematologia e Hemoterapia, e Comendador Enio Servilha Duarte, médico formado pela USP. Também são autores a consultora do COSEMS/SP, Lenir Santos, formada em Direito pela UERJ e professora convidada do Departamento de Saúde Coletiva da Unicamp, e José Pedro Soares Martins, jornalista formado pela Unimep, com passagem pelos jornais Correio Popular, Terramérica e O Diário. Carmino, Enio e Lenir estiveram presentes no lançamento.
O livro “A Epopeia do SUS” é composto por 12 capítulos, além de textos introdutórios e adicionais, como a “Linha do Tempo do SUS”, que finaliza a obra organizando os acontecimentos relatados de forma cronológica. O objetivo do livro é contar uma história pouco conhecida, começando pelo surgimento do sanitarismo no Brasil, passando pela inclusão do SUS na Constituição Federal de 1988, e chegando aos desafios enfrentados após a pandemia.
Segundo Lenir, o livro é uma verdadeira epopeia do SUS, um registro de memórias que remonta aos anos anteriores à própria criação do Sistema Único de Saúde. “Quando ele aborda o período entre a década de 1980 e o início dos anos 1990, traça as grandes estruturas sobre as quais o sistema de saúde se apoia até os dias de hoje. Essas estruturas, concebidas durante a reforma sanitária e formalizadas juridicamente no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, permanecem fundamentais. É essencial continuar lutando para que essas bases não sejam alteradas, pois elas sustentam um sistema universal e igualitário”, afirma a professora e escritora.
Para ela, o estado de São Paulo foi decisivo para garantir que, na Assembleia Constituinte de 1987-1988, o capítulo sobre o sistema de saúde fosse incluído. “Essa discussão já vinha desde os anos 1970, mas foi no final dos anos 1980 que a proposta ganhou consistência. O convênio SUDS, que é pouco mencionado, desempenhou um papel fundamental nesse processo. Ele tentou, na prática, transformar o INAMPS no que deveria ser o SUS: um sistema de acesso universal e igualitário, que integra prevenção e recuperação da saúde”, completou Lenir.
A autora relembra que São Paulo foi além do que o convênio SUDS previa, especialmente em relação à municipalização. Segundo ela, na época, a Secretaria de Estado, juntamente com o governador, tomou a iniciativa de transferir as unidades que estavam sob gestão do Estado para os municípios, como os Postos de Atendimento Médico (PAMs). Criou-se então o termo de adesão ao convênio SUDS, permitindo que os municípios recebessem recursos e bens que antes pertenciam ao INAMPS.
“Essa história é rica e mostra como o estado de São Paulo foi fundamental na construção das bases do SUS. Já existia a Associação Sebastião de Moreira, que posteriormente se tornou o COSEMS, e também as SIMES e CIS, que mais tarde se transformaram em Conselhos de Saúde. Toda essa base foi pensada pelo movimento da reforma sanitária, e São Paulo a concretizou, fazendo parte essencial desse DNA”, finaliza Lenir.