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A Comissão Intergestores Bipartite (CIB) enviou Ofício ao ministério da Saúde (MS) com o intuito de melhora no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SISPNI) e sua interface com o e-SUS AB. De acordo com o COSEMS/SP e a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES/SP), há uma perda de registro de dados pelo sistema.
Segundo Brigina Kemp, assessora técnica do COSEMS/SP, um quantitativo de registros de doses de vacinas aplicadas, que são digitadas nas salas de vacina, não é contabilizado pelo MS, pois se perdem dentro do próprio sistema de migração de dados. Este quantitativo de perda é estimado entre 20 à 50%, para o Brasil como um todo.
“Esta questão deveria ser analisada estado por estado para entender o impacto nas coberturas vacinais. Certamente, é um problema que deve ser resolvido o mais rápido para sabermos de fato qual a cobertura vacinal de cada vacina, e excluir este fato para analisar outros fatores que estão repercutindo na queda das coberturas vacinais”, disse.
Já Adriana Martins, vice-presidente do COSEMS/SP, alencou alguns aspectos que devem ser levados em consideração, como: a inexistência de um simples relatório de faltosos; acesso para registro de doses em momentos diferentes da aplicação, dentre outros, o que dificulta a alimentação de dados do e-SUS AB pelas unidades de Saúde.
Adriana citou problemas nos métodos de cálculos das coberturas vacinais e informações de nascidos vivos de dois anos anteriores a aplicações de doses, além da falta de comunicação ampla do MS com à população quanto à eficácia das vacinas na prevenção de doenças.
“As equipes de saúde nos municípios estão em uma estafe enorme devido às vacinas que estão sendo introduzidas nas rotinas, como exemplo cito à COVID. A exaustão das equipes também pode estar gerando dificuldades no registro das doses. O financiamento por parte do Programa Previne Brasil não é suficiente para uma sala de vacina”, ressaltou a vice-presidente.
Acesse o Ofício CIB nº 59, de 2022 – OFICIO CIB 59 REVISÃO SISTEMA INFOMAÇÃO VACINAS
Nos últimos anos o Brasil tem registrado queda nas coberturas vacinais o que pode ocasionar o retorno de doenças já eliminadas no país, como a poliomielite e síndrome da rubéola congênita, além de surtos e epidemias de doenças que estão sob controle.
Para Brigina, tanto o retorno quanto o aumento de incidência dessas doenças pode ocasionar crescimento de óbitos e sequelas, especialmente em crianças.
Vários são os motivos para a queda das coberturas vacinais. Trata-se de um fenômeno com múltiplos determinantes, destacou a assessora. “Podemos citar alguns como: desinformação da população (campanhas de divulgação insuficientes ou ausentes), desinformação dos próprios profissionais de saúde (falta de capacitações e divulgação direcionada para este público específico) e hesitação vacinal. Entre os motivos também temos que considerar o movimento anti-vacina e as fake news”, explicou.
Hesitação vacinal – significa a relutância ou a recusa em vacinar, apesar da disponibilidade da vacina, ocasionadas por exemplo, pela insegurança em se vacinar, baixa percepção do risco das doenças imunopreveníveis e a acessibilidade às vacinas.
Durante reunião do Grupo Técnico de Saude Digital foi discutida a questão dos dados sobre imunização, onde confirmaram que o problema está vinculado à carga de dados de imunização, integração das informações (estão disponíveis em oito locais diferentes) e registro transcrito da caderneta de vacina. Estão solicitando que o novo SIPNI, vinculado a RNDS entre em vigor para sanar essas dificuldades. Porém, não há clareza da solução do problema. anterior
A vice-presidente contou que o COSEMS/SP tem sido atuante e protagonista neste debate, com participação em todos os espaços de discussões a respeito das vacinas. Participa na formulação dos Ofícios encaminhados ao MS realizando cobranças quanto a informações de imunobiológicos e possui papel fundamental, com presença em grupos técnicos estadual e nacional. Encaminha questionamentos ao CONASEMS para que as posições sejam levadas à Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
“Na última reunião do CONARES (espaço com representação de todos os COSEMS no CONASEMS) o COSEMS/SP apresentou questão relacionada ao financiamento do Programa Previne Brasil, onde consta indicador de cobertura vacinal e como este será avaliado, pois os recursos já são escassos e podemos ser prejudicados ainda mais. Além do controle externo, onde o Tribunal de Contas questiona as gestões municipais quanto às coberturas vacinais”, destacou.