Siga a gente
Av. Angélica, 2466 - 17º Andar
Consolação - São Paulo / SP
CEP 01228-200
55 11 3083-7225
cosemssp@cosemssp.org.br
O surgimento da pandemia de COVID-19 obrigou a área da Saúde em todo o mundo realizar diversas adequações em suas ações de prevenção e assistência. No Brasil, mesmo antes dos primeiros casos, as equipes municipais de Saúde já traçavam estratégias locais para o enfrentamento do Novo Coronavírus.
Localizado no interior do estado de São Paulo, o município de Araçatuba (SP), que possui população estimada em 198 mil habitantes (segundo dados do IBGE de 2020), mobilizou seus profissionais da Saúde já em março de 2020. Rapidamente ações foram planejadas, por meio do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) criado excepcionalmente para o combate à pandemia.
Os serviços eletivos da assistência especializada reduziram atendimento em todas as áreas e os profissionais foram remanejados para organizarmos uma central de Monitoramento (com dentistas, assistente social, fonoaudióloga, psicóloga, psicopedagoga, técnico de gesso, além de médico enfermeiros e técnicos de enfermagem). Devido ao aumento de casos no município, a secretária de Saúde, Carmem Guariente, identificou a necessidade de um sistema para apoiar e monitorar o trabalho das equipes de saúde.
A ferramenta identificou, no período de julho à novembro de 2020, a entrada para monitoramento de 22.383 pessoas suspeitos da CCOVID-19, que passaram pelas unidades de saúde (Unidade Básica de Saúde – UBS, Pronto Socorro e Laboratórios). Os casos foram notificados no e-SUS Notifica (do ministério da Saúde) e depois baixados no sistema desenvolvido pelo município para acompanhamento e registro em ficha individual por 14 dias.
Utilização e monitoramento de oxímetros
Em agosto, o município iniciou o Projeto Oximetria, que consiste em entrega de oxímetro portátil aos pacientes idosos notificados ou casos prioritários em acompanhamento. Os aparelhos foram doados pelo Banco Itaú e o fundador do Instituto Estáter, Percio de Souza, do Projeto Alert (Ar), também auxilia nesta iniciativa.
Com o passar dos dias foi constata a importância, principalmente do paciente idoso de verificar a saturação, pois vários pacientes foram encaminhados ao Pronto Socorro precocemente devido Saturação de Oxigênio abaixo de 93% sem sintomas aparentes.
“Os resultados desse projeto são extremamente satisfatórios para as pessoas que estão acompanhando detectarem rapidamente alguma situação de alerta e possibilitar uma intervenção imediata. Importante a conversa entre as equipes de Atenção Básica, do monitoramento e do SAMU e partir disso decidir qual a melhor estratégia.
Existe um grande impacto na letalidade dos casos e internações em UTI”, destacou Carmem Guariente.
Ao todo, 828 oxímetros foram disponibilizados até novembro, e entregues nas residências para acompanhamento do paciente e sua família. Os pacientes recebem ligações telefônicas diariamente e, em alguns casos, com visitas da equipe (enfermagem, médico e outros profissionais envolvidos neste projeto). Já são mais de 190 visitas domiciliares pela equipe do projeto.
O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) realiza o acompanhamento de todos os profissionais da Saúde municipais.
Projeto Alert (ar)
O projeto tem o intuito de conscientizar as pessoas sobre o sintoma silencioso da COVID-19. A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e o Instituto Estáter lançaram a campanha Alert(ar), com o objetivo de promover um acordo de cooperação para atuar conjuntamente na conscientização sobre a importância de se medir e monitorar os níveis de saturação de oxigênio no sangue, por meio da oximetria.
A iniciativa pretende apoiar o enfrentamento da COVID-19 e reduzir a mortalidade e internação em UTIs, principalmente nas comunidades mais vulneráveis e nos chamados grupos de risco.
De acordo com dados e análises realizadas pelo Instituto Estáter, grande parte dos óbitos causados pela COVID-19 no mundo ocorreu fora das UTIs. A análise mostrou ainda que muitas dessas mortes, assim como a sobrecarga do sistema de saúde, ocorreram por conta da hipóxia silenciosa, doença que se caracteriza por não apresentar sintomas perceptíveis, na qual o paciente nem sempre se queixa de falta de ar, mas apresenta queda elevada no nível de oxigênio sanguíneo.
O Instituto Estáter compila, desde o início da pandemia, uma base de informações de mais de 20 países diretamente de fontes primárias como ministérios da Ssaúde ou secretarias de estado. As curvas de mortalidade por hipóxia silenciosa no mundo mostram que a medição do oxigênio das populações mais vulneráveis poderia ser um dos caminhos auxiliares para detecção e tratamento precoces da doença proporcionando uma redução importante na mortalidade.