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Por, ASCOM CONASEMS
As mulheres são a principal força de trabalho da saúde, representando 65% dos mais de seis milhões de profissionais ocupados no setor público e privado, tanto nas atividades diretas de assistência em hospitais, quanto na Atenção Básica. Segundo dados baseados no Censo do IBGE, em algumas carreiras, como Fonoaudiologia, Nutrição e Serviço Social, elas alcançam quase a totalidade, ultrapassando 90% de participação. Em outras, como Enfermagem e Psicologia, estão com percentuais acima de 80%.
Neste 08 de março, Dia Internacional da Mulher, destaca-se o protagonismo feminino no setor e a participação efetiva das mulheres nas experiências exitosas do SUS. Nas últimas três Mostras Brasil, aqui tem SUS, que reúnem profissionais de todo país, dos 78 premiados como melhores trabalhos de cada estado, mais de 50 tiveram autoria de profissionais mulheres. Além de estarem promovendo ações exitosas abordando diversas temáticas, as mulheres atuantes no SUS se dedicam também a projetos específicos sobre saúde da mulher, relacionados desde saúde sexual e reprodutiva à violência.
Elisa Goulart, autora do projeto premiado de Mangaratiba-RJ, destaca a importância de mulheres estarem a frente de ações que ofertam cuidados especiais a outras mulheres. O projeto “Com Elas”, criado por Elisa, é um fragmento de um amplo serviço que a psicóloga promove no município em relação a violência doméstica. “A equipe é toda formada por mulheres, fazemos rodas de conversa semanalmente trabalhando uma espécie de terapia de espelho, onde reconhecemos nossas dores umas nas outras”.
Também como uma forma de suporte emocional e garantia de direitos, a assistente social Silvia Leite, autora do trabalho premiado em São Luís-MA, coordena o Setor de Atividades Especiais Espaço Mulher (SAEEM) que acolhe mulheres em situação de violência que dão entrada no Hospital de Urgência e Emergência da periferia da capital maranhense. “Essa mulher vítima de violência chega aqui extremamente abalada, damos todo suporte e inserimos ela em uma rede de atenção. A gente acaba fazendo até mais do estaria na nossa posição porque é uma vida que precisa de ajuda”
Gestação, parto e amamentação são grandes temas constantemente trabalhados em ações promovidas pelo SUS. A enfermeira obstétrica Maria Aparecida Moura e sua equipe de enfermeiras, de Apucarana-PR, promove visitas guiadas à maternidade. “As mulheres chegam com muitas dúvidas e muita ansiedade, eu sou mãe e já estive nesse lugar, sei como é necessário tanto o suporte profissional, quanto o emocional”.
Gestão municipal da saúde
“Hoje o perfil da gestão municipal do SUS é de uma mulher branca, com aproximadamente 50 anos e pós-graduada, provavelmente formada em enfermagem e já atuou na atenção básica antes de assumir a gestão”, afirma o pesquisador da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), André Bonifácio, que elaborou um questionário respondido por 3.899 gestores de todos os estados, o que representa 70% dos profissionais atuantes no país. As profissionais mulheres que assumiram a gestão são a maioria – região Norte (47%), Sudeste (58%), Sul (60%), Centro-Oeste (61%), com exceção somente da região Nordeste (39%).
Cristiane Pantaleão, secretária municipal de saúde de Ubiratã-PR e vice-presidente do Conasems, corresponde ao perfil constatado na pesquisa: é enfermeira e trabalhou muitos anos na atenção básica. “Acredito que a presença das mulheres no espaço de gestão do SUS é essencial. Culturalmente as mulheres possuem um olhar amplo e mais integrado do cuidado em saúde, essa visão é importante para lidar tanto com os serviços, quanto com a gestão”.